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O que é Lúpus? Como se manifesta?

  • Foto do escritor: saude reumato
    saude reumato
  • 21 de fev.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 29 de mar.



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Estima-se que cerca de 65.000 brasileiros são portadores de lúpus, sendo a sua maioria mulheres. Uma a cada 1700 brasileiras apresentam a doença.

O lúpus acomete com mais frequência mulheres entre 20 a 45 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade e também nos homens. É um pouco mais frequente em pessoas mestiças e nos afro-descendentes.

Embora a causa do lúpus não seja conhecida, pessoas que nascem com susceptibilidade genética para desenvolver a doença, após interação com fatores ambientais (irradiação solar e infecções), podem apresentar alterações imunológicas. A principal delas é o desequilíbrio na produção de anticorpos que reagem com proteínas do próprio corpo e causam inflamação em diversos órgãos como pele, pulmões, rins, articulações, coração, sistema nervoso e trato gastrointestinal.

Dessa forma, entendemos que o tipo de sintoma que a pessoa desenvolve depende das suas características genéticas e do tipo de anticorpo que ela apresenta. Então cada pessoa com lúpus apresenta sintomas específicos e pessoais que variam em intensidade de acordo com a fase ativa ou inativa da doença.

Há dois tipos principais de lúpus:


Lúpus Eritematoso (LE) ou cutâneo, que se manifesta com manchas na pele geralmente avermelhadas ou eritematosas principalmente nas áreas que ficam expostas ao sol.


Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), no qual um ou mais órgãos internos são acometidos. Alguns sintomas são gerais como febre, emagrecimento, perda do apetite, fraqueza e desânimo. Outros são específicos de cada órgão como pressão alta, espuma na urina, manchas na pele, dor nas articulações, dor para respirar por inflamação na pleura do pulmão e outros.


Os sintomas no LES podem acorrer isoladamente ou em conjunto, ao mesmo tempo ou de forma sequencial.

As lesões da pele ocorrem em 80% dos casos ao longo da evolução da doença. As lesões mais características são manchas avermelhadas nas maçãs do rosto e dorso do nariz, denominadas em asa de borboleta, que não deixam cicatriz. As lesões discóides, que também ocorrem mais frequentemente em áreas expostas a luz, são bem delimitadas e podem deixar cicatrizes com atrofia e alterações na cor da pele. Pode também ocorrer inflamação de pequenos vasos (vasculite) na pele, causando manchas vermelhas ou vinhosas e dolorosas nas mãos ou nos pés. A fotossensibilidade, que é o desenvolvimento de uma sensibilidade desproporcional à luz solar, também é característica o LES e pode gerar manchas na pele, cansaço ou febre com apenas um pouco de exposição à claridade ou ao sol. A queda de cabelos ocorre com frequência na fase ativa da doença, mas volta a crescer normalmente com o tratamento.

A dor articular com ou sem inchaço ocorre, em algum momento, em cerca de 90% dos pacientes com LES e acomete principalmente mãos, punhos, joelhos e pés, com períodos de melhora e piora. Podem ocorrer também tenossinovites ou inflamação dos "tendões".

A inflamação das membranas que recobrem o pulmão (pleura) e o coração (pericárdio) são relativamente comuns, podendo ser leves e assintomáticas, ou se manifestar como dor para respirar, dor no peito ou falta de ar.

A inflamação no rins é uma das maiores preocupações e acomete cerca de 50% dos pacientes com LES. No início a pessoa pode não ter sintomas, pode haver apenas alterações de exames laboratoriais. Mas nas formas graves, surge pressão alta, inchaço nas pernas, espuma na urina e diminuição na quantidade diária de urina.

As alterações do sistema nervoso são menos frequentes, mas podem causar convulsão, alteração do humor ou comportamento, depressão, alteração de nervos periféricos e da medula espinhal.

As alterações no sangue também são comuns e são caracterizadas por anemia, diminuição de células de defesa (leucopenia ou linfopenia) e diminuição de plaquetas (plaquetopenia). A anemia pode causar palidez, cansaço, enquanto a plaquetopenia pode gerar aumento do fluxo menstrual, hematoma e sangramento gengival. Leucopenia e linfopenia são geralmente assintomáticos mas aumentam risco de infecções.

O tratamento da pessoa com LES depende do tipo de manifestação que apresenta e deve, portanto, ser individualizado. Ela pode precisar de mais medicamentos na fase ativa da doença e, aos poucos, ir diminuindo a quantidade de remédios, conforme o lúpus vai sendo controlado. Falaremos mais sobre o tratamento em outra postagem.

 
 
 

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